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Boa noite a todos. Pimeiro que tudo, lamento que o anterior PP tenha abruptamente encerrado, perdendo-se todo um inestimável acervo de relatos. Espero que este novo PP não tenha o mesmo destino ou, tendo-o, que tenha a delicadeza de um aviso prévio a fim de que algum interesse de quem aqui anda e colabora possa ser salvaguardado; quanto mais não seja o de guardar uma ou outra informação.

Posto isto, coloco aqui uma experiência ocorrida recentemente, como contributo para este novo projecto de PP e na esperança de que seja mais duradouro.

O meu Pai faleceu em Junho deste ano. Nós, a família, sabíamos que seria esse o inevitável desfecho, por informação do médico que o assistia no hospital, mas sempre lhe ocultámos esse facto e, nas várias visitas, pudemos testemunhar a sua degradação física. Manteve-se sempre com uma lucidez impressionante, sabendo o dia, falando de situações da vida corrente e mantendo uma resignação tocante face ao desfecho que também ele foi sentindo ser a aproximação do seu decesso. Este relato é acerca de um estranho evoluir dos seus "sonhos", chamemos-lhes assim. Com a medicação ele tendia a dormir muito e só estava desperto quando estávamos com ele. Para o fim, adormecia mesmo na nossa presença e até mesmo quando lhe era dada a comida, sendo necessário despertá-lo, pois podia sufocar. Esteve internado cerca de 2 meses, sempre no hospital, até que faleceu. No primeiro mês os seus sonhos eram ormais mas, quando começou a piorar, o que aconteceu a partir do final do 1º mês, os sonhos alteram-se. Contava ele, inicialmente, que havia tido um sonho estranho e recorrente, o de se ver a viajar pelo universo, passando por planetas, vendo outras pessoas que não conhecia, também nessa viagem. Depois começou a sonhar com o primo dele, que foi o seu grande amigo de mocidade e que faleceu muito cedo, com cerca de 30 anos. E sonhou com ele quando, pela primeira vez, sonhou com o "outro mundo". Nesse estado em que estava, de dormência, o seu espírito sempre lúcido terá acedido ao "outro lado", e viu esse seu primo que o veio receber com grande felicidade de ambos. Contava ele que "o outro lado"era lindíssimo, muito clarinho, muito branco e azul, com flores lindíssimas e onde havia uma paz muito grande, em que não se sentia dor nem mal-estar. Havia casas e pessoas que trabalhavam. Todos vestidos de branco e que não se sujavam. E que as pessoas caminhavam sem dificuldade, que não era como aqui em que se sente o peso e inconvenientes do corpo. Continuou estes sonhos e encontrou-se com a sua falecida irmã, que morreu com 40 anos, que também ficou radiante de o ver. A última vez que nos falou sobre esses sonhos foi para falar de uma irmã sua que faleceu aos 2 anos e que o foi receber nesse mundo, pegando na mão do meu Pai e puxando-o dizendo "vem, vem, vamos à mãe que ela está já ali". Disse o meu Pai que ela estava linda, de branco, e com um rosto tão belo que ele reconheceu mal a viu, e de cujos traços já havia esquecido, por a sua morte ter ocorrido há mais de 60 anos. Disse-nos que ela estava linda. O sonho com ela, para mostrar a mãe do meu pai (que também já havia falecido) foi interrompido aquando da nossa chegada ao quarto e o despertámos.
Foi o último relato que nos fez. No dia seguinte fez a transição serenamente.

Achei curioso o facto dos sonhos serem sobre o "outro lado". Poderia dizer-se que isso era efeito dos medicamentos. Mas, então, pergunto eu, por qual a razão que só sonhava com esse tipo de assuntos e não outros mais banais?

Fica este relato para manter a chama deste sítio.

Bem-haja a todos.

Arph.

Lamento a perda do seu Pai.  :(
Relato lindo, apesar das circunstâncias.
Sempre ouvi dizer que antes da transição definitiva, o espírito, revê situações da vida actual, etc.
Penso que o seu Pai se encontrou com a família e amigos que o tranquilizaram para, assim, fazer a transição, de uma forma serena. Agora está em paz do outro lado e está feliz com certeza.
Semprew que pensar nele, transmita-lhe serenidade e que a vida continua por cá, apesar da separação temporária.
A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.
(Albert Einstein)

Oi Arph

Quer se diga que é efeito dos medicamentos ou não, o que importa é o efeito que teve na consciência do seu Pai, tranquilizando-o e assegurando-o de que nada havia a temer e de que a vida continua após o desencarne.
Os hospitais são centros de trabalho espiritual, onde se encontram inúmeros espíritos auxiliando tanto os enfermos, como os trabalhadores do lado físico: médicos(as), enfermeiros(as) e auxiliares.
Essa ajuda pode ser no sentido de ajudar a curar males físicos, males do lado do corpo espiritual ou mesmo no despreendimento do espirito, de modo a efetuar o desencarne com o mínimo desconforto/trauma possível para a consciência da pessoa.
Saliento também que todos nós nos desprendemos da nossa matéria (ficando sempre ligado a essa) e adentramos no plano espiritual quando dormimos, onde re-encontramos entes queridos, amigos e até inimigos desta e de outras vivências.
A morte não é um "adeus", mas sim um "até já".

Somos seres ainda muito limitados, mas vivemos erroneamente convencidos de que a "verdade" que conhecemos é a realidade que nos rodeia.

Antes de mais os meus sentimentos.
Parece que o teu pai estava a ser confortado e preparado. E partilhou convosco para que se preparassem também, sabendo que nunca se está preparado para isto.
The GodWorker - ao serviço do Dívino e não das religiões

Olá,

Antes de mais lamento imenso a tua perda. Senti ao ler o teu texto que enquanto escrevias as lágrimas te estiveram nos olhos várias vezes, mas adiante.

Quando a morte está próxima todas as pessoas que tem como destino "a luz" sonham com os seus entes queridos que já partiram, pois mal a alma dele saia do corpo são eles que lá estão para o receber.

É como um aviso que a morte está próxima e que não se preocupe, que a família e amigos ou outros estão lá á espera dele mal ele faça a passagem.

Espero ter sido clara no que escrevi.

Beijos, força e fica bem.


Obrigado, Mayya.

Não tenho dúvida nenhuma que é isso mesmo que referes que acontece a quem está de partida e tem estas experiências.

O facto do meu Pai ter tido essas experiências, incluindo a visita ao "outro lado". onde se sentiu muito bem e que o deslumbrou, facilitou a sua transição.

Bem-haja.