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O fenómeno de exteriorização e transformação da energia corporal (telergia) produzindo calor até arder, chama-se pirogénese, em Parapsicologia. Do grego pirós = fogo, gênesis = produção.

Todos os fenómenos parapsicológicos de efeitos físicos são realizados sempre a menos de 50 metros de distância de uma pessoa viva. A mais de 50 metros aposentam-se todos os espíritos dos mortos, demónios, exus etc. Nada a ver com eles. É um fenómeno humano. É sintoma de um problema psicológico, geralmente inconsciente (psicorragia, por analogia com hemorragia).

Às vezes, para o observador não especialista pode ser difícil desvendar os motivos expressos pelo inconsciente.

Dona F.P.P., 30 anos, sofria porque o esposo “estava a troca-la pelos negócios. Ao menos deveria voltar para casa nos fins de semana”. Naquela noite, sexta-feira, começava mais um fim de semana, e o marido ausente...

Dona F. é perfeccionista. A sua casa parece uma tacinha de prata: sempre a tinir de limpa, tudo bem arrumado. Precisamente por isso sofria, porque o seu único filhinho, de 3 anos, ainda continuava a molhar a cama. E o cheiro... Naquela sexta-feira, já de manhã, dona F. estava numa pilha de nervos.

A empregada pusera o colchão do menino no quintal, ao sol. Dona F. foi fazer o almoço. Fogo, óleo... “Bem que Fulvinho merecia uma palmada no rabinho”.

Quando a empregada foi revirar o colchão, deu um grito, apavorada. Acudiu dona F. O colchão estava manchado de óleo, houve fogo no centro, onde deveria estar a mancha provocada pela enurese de Fulvinho. E o fogo deixara perfeitamente marcada a palma da mão, exactamente a forma e as medidas da mão de dona F. Colocou a mão na marca. Não manifestou medo nenhum, contrastando com o pânico da empregada.

O muro era altíssimo, ninguém poderia ter entrado e muito menos sem ser visto, porque as duas mulheres estavam na cozinha: a porta aberta e a janela dão ao pequeno quintal. As duas mulheres, diríamos, que se vigiavam mutuamente...

Logo visitas, amigos, vizinhos, curiosos: “Foi um espírito!” “É um alma penada!” A empregada identificou: “É fulano de tal, que jurou acabar comigo com macumbarias”.

Alguém acudiu ao Clap. E o Clap enviou uma pesquisadora para comprovar os factos e transmitir a explicação.

Dona F., sozinha, não compreenderia nem aceitaria nunca as suas próprias acções inconscientes: irritação, como o fogo que acabava de acender. Mas não pode bater no marido. E Fulvinho? O óleo que estava a usar também cheirava, mas o cheiro logo desaparecia com o fogo; porque não desaparecia o cheiro do colchão? Conscientemente não podia admitir o desejo de descarregar toda a sua irritação com uma palmada no rabinho da criança; nunca!

E o inconsciente exteriorizou tudo: fogo, óleo e palmada... no colchão!

Conserva-se este colchão no museu do Clap.
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