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Olá meus amigos, venho-vos falar de uma das minhas crises existenciais, tenho ou não mediunidade? No final gostava que me dessem os vossos pareceres.

Para ter respostas tenho de vos falar um bocadinho de mim. Desde muito pequenina que chamava anjos a vultos que via atrás do carro dos meus pais, por isso ia sempre teimosamente virada para trás (eu sou antiga, não havia cintos de segurança no banco de trás nem cadeirinhas para crianças). Tinha uma amiga imaginária que brincava comigo e punha o baloiço a meu lado a balouçar também (visto e registado por adultos). Tenho ideias e resposta plantadas na minha cabeça quando escrevo, tipo diálogo, eu coloco a questão e a resposta simplesmente vem, assuntos desde o funcionamento e história do universo até a transplantes de órgãos, só tem de ser escrito com papel e caneta, no computador não funciona.

Já tive manifestações, muito pontuais e físicas de presenças que sabia sempre exactamente de quem se tratava e nunca me causaram medos e ansiedades, nomeadamente, o meu pai que depois de falecer sentia sentado na minha cama todos os Domingos ao raiar do dia, até ouvia o seu respirar e sentia mesmo a cama a afundar, Isto aconteceu apenas até eu me casar, depois parou. E a minha mãe que faleceu de forma repentina e inesperada e na própria noite da sua morte o meu despertador tocava desligado da tomada, a televisão ligava sozinha e uns papelinhos que tinha na cozinha sobre o micro-ondas ganharam vida própria, associei isso a ser a própria pois só aconteceu essa noite. Eu não rezo, mas converso, nessa noite conversei com a minha mãe, expliquei-lhe o que lhe tinha sucedido, que ia ficar tudo bem eu cá me havia de arranjar, para ir descansada para onde tinha de ir. Feito isto as manifestações nunca mais ocorreram. Também por vezes "descubro" coisas de outras pessoas, um exemplo, um dia um amigo diz que tem muitas dores de estômago, por vezes fica enrolado no chão com dores, etc. Sem saber porquê, perguntei-lhe se o avó tinha morrido com um tiro ele respondeu que não que tinha sido com um acidente na agricultura, uma ramo que lhe caiu em cima ou algo assim. E pronto a conversa ficou por ai, passado uns tempos ele veio-me dizer que o avô tinha realmente morrido com um tiro no estômago, mas tinham-lhe inventado outra história por ser pequenito e não ficar impressionado.

Normalmente durmo bem, sei que sonho, mas não me lembro dos sonhos, excepto se forem premonitórios. O Naufrágio do Tolan no tejo, um problema com a gravidez de uma amiga, um acidente na A1 com vários carros, mortos e feridos (não fui a um sitio por isso, se tivesse ido o mais provável seria ter estado envolvida no mesmo, pela hora, local), etc.

Agora, eu vejo relatos de mediunidade perfeitamente aterradores que colocam os médiuns num estado de esgotamento e aflição que eu nunca senti. Nunca falei com vozes estranhas, não vejo vultos de ninguém, não andam as coisas a mexer cá em casa, não sinto presenças, nem espíritos, nada disso, não é algo que me seja incómodo ou me cause algum mal-estar. Por isso eu pergunto sou médium ou apenas tenho uma sensibilidade mais apurada junto com alguma imaginação. Afinal sou o quê?

E assim também me ficaram a conhecer um bocadinho melhor.
;)

Olá, não sou muito por dentro desses assuntos, mas, acho que uma pessoa para ser médium precisa de ser sensível ao mundo espiritual. Posso estar enganado, mas ser médium, não significa falar apenas com espíritos. Acho que se pode classificar de médium qualquer pessoa que consigui de alguma forma estabelecer contato com os espíritos. Mas, isto é a minha opinião com base naquilo que penso.
Relativo a experiências com familiares que já morreram tive poucas e em sonhos. A que melhor me lembro é a de estar numa catedral e o meu avô vir ter comigo muito triste e eu dizer-lhe que estava tudo bem e a minha avó apareceu e levou com ele para uma porta e acabou o sonho.
Pessoalmente, não me considero uma pessoa médium, por ter noção de que falta a sensibilidade para essas coisas, mas, foi beneficiado com uma boa capacidade de investigação.
Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível.

A grande má conceção que muitas pessoas têm é a de que um médium tem a sua sensibilidade ativa 24 horas por dia e deteta tudo ao seu redor. Isso é uma exageração.
Embora este tipo de mediums possam existir, serão poucos. Em tudo é preciso equilíbrio e o mesmo se aplica na mediunidade.

Quanto às crianças, como já referi em alguns tópicos anteriores, elas são mais abertas ao que nos rodeia porque ainda estão sensivelmente próximas do plano espiritual (de onde viemos) e porque o seu mental ainda não foi corrompido pelas crenças ou faltas de crença da sociedade que as rodeia.

Quanto aos relatos aterradores, é normal que ocorram.
Vivemos numa sociedade onde a morte é tabu e onde, a maioria das pessoas, nega ou desconhece o que nos espera após esta vida e o "invisível" que nos rodeia mesmo nesta existência e quando se deparam com a realidade destas situações, o pânico e o medo tomam conta, pois abalam com todo aquele que fora até então o seu sistema de crenças, a sua verdade empírica cai por terra.

Quanto à mediunidade em si, esta compreende imensas faculdades em menor ou maior intensidade e nenhum médium é igual ao outro, mas só se manifestarão caso sejam necessário.
Pelo que você descreve, parece que a sua mediunidade é uma realidade mas não se preocupe se não é menos ou mais ativa do que gostaria que fosse. Como referi, ela manifestar-se-á sempre que necessário for, pois é parte de si.
Somos seres ainda muito limitados, mas vivemos erroneamente convencidos de que a "verdade" que conhecemos é a realidade que nos rodeia.

Tem razão marioshy. Tive a sorte de nunca ser reprimida a este nível, nunca me senti diferente ou com dons extraordinário, daí que este aspecto nunca foi motivo de preocupação nem de perder muito tempo com o assunto. Possivelmente por essa razão a minha duvida: Serão estes eventos manifestações mediúnicas? Se efectivamente são, tudo bem; se não são, tudo bem na mesma.

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