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Fisiogonomia

(def.): do Gr. physiognomonía < physis, natureza + gnomon, o que conhece. A arte de conhecer o
caráter dos homens pelas feições do corpo.
Também conhecida como Psicofisiognomonia, Fisiognomonia, Personologia, Morfopsicologia,
Visage ou Siang Mien, a Leitura Facial existe a milhares de anos e é utilizada milenarmente no
oriente e no ocidente como um dos principais métodos de diagnóstico de saúde e de avaliação
comportamental.
A Idade Média descobriu a fisiognomonia através do Islã, do Egito e da Índia. Aos muçulmanos
se deve uma versão abreviada do tratado de Aristóteles, em que o filósofo aconselha
Alexandre quanto à escolha de seus ministros, amigos e escravos.
A fisiognomia árabe tinha também sua tradição com uma abundante literatura. O manual de
medicina (Al-Tibb al Mansûrî) de Rhazès dedica-lhe 58 capítulos, o Kitâb-al-Firâsa, de Al-Râzi
(1209), tem excelentes especulações sobre natureza e as formas animais do homem.
No Extremo Oriente, na China, a arte milenar da leitura facial (onde é chamada de Siang Mien)
data da época do imperador amarelo. Inicialmente, era uma ferramenta de diagnóstico dos
praticantes da medicina chinesa.
Depois se tornou um método de estudo da personalidade e divinação chinesa utilizada pelos
imperadores no momento de escolher os cargos do governo e para ajudá-los a tomar decisões
importantes.
Este conjunto de conhecimentos baseado na experiência da medicina oriental e que conta com
milhares de praticantes em todo o mundo, remonta aproximadamente “cinco mil anos”.
Cada traço, cada aspecto facial traz consigo uma relação direta com o seu interior e revela as
suas tendências comportamentais inerentes ao seu padrão de personalidade, cujo o
conhecimento pode propiciar um grande crescimento e transformação nos âmbitos pessoal e
profissional.
Umberto Eco, nos dá uma resumida introdução ao tema. Mostra-nos que Aristóteles já havia
tocado no assunto. O dado básico é a hipótese de que poderíamos julgar o caráter de um
homem ou animal a partir de sua estrutura corporal. Tal avaliação seria possível por conta de
outra hipótese, as inclinações naturais transformariam simultaneamente alma e corpo.
Portanto, os traços do rosto deveriam remeter a características internas (éticas e morais).
Eco nos conta que, com Charles Darwin e Cesare Lombroso, o século XIX confere a ela um
status científico. Procurava-se desta forma distinguir entre uma Fisiognomia natural
(associações frágeis e ambíguas) e outra Fisiognomia, dita científica (baseada em estudos
anatômicos) (*). A frenologia postula que tudo encontra representação na superfície do
cérebro: faculdades mentais, tendências, instintos, sentimentos. Por exemplo, aqueles com
acentuadas qualidades mnemônicas tem o crânio redondo, olhos salientes e distantes um do
outro. Combatida por todos, pretendia que, mesmo que um indivíduo seja honesto, sua
honestidade é mentirosa porque sua conformação craniana mostra quem ele de fato é.
Lombroso acaba ligando esta tradição às práticas racistas que, além do mais, revestem de
caráter científico a visualização da figura do criminoso. Eco faz uma interessante referência ao
caráter lombrosiano-lavateriano da fotografia 3x4, que todos nós carregamos na carteira de
identidade. Em sua opinião, a própria fotografia nos deforma, tornando-nos “pessoas ruins”
por nossa feiúra. Eco também faz referência à revista em quadrinhos... “Chegamos à revista
em quadrinhos. E, de fato, a revista em quadrinhos e a caricatura são os lugares onde a
Fisiognomia adquire valor fotográfico de estenografia e esboça, com poucos traços
enfatizados, toda uma história psicológica e moral. Baseando-se exatamente nos preconceitos
(e em parte na sabedoria antiga) de uma Fisiognomia natural: usando-os e reforçando-os”. (*)

adaptado de:
A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.
(Albert Einstein)